Nacional
Joana Latino

Recorda a morte da mãe: "Reagiu à minha voz até ao último momento"

Ter, 19/01/2021 - 20:40

Numa entrevista concedida ao programa da SIC "Casa Feliz", Joana Latino fez uma viagem ao passado onde rememorou a perda dos pais.

Atrás da boa disposição e do sorriso fácil que lhe é conhecido, Joana Latino esconde uma vida pautada por momentos difíceis. A jornalista da SIC marcou presença na manhã desta terça-feira, 19 de janeiro, no programa da SIC "Casa Feliz". Durante a entrevista conduzida por Cláudia Vieira e João Paulo Sousa, o rosto da SIC partilhou as suas memórias de infância e a perda dos pais.

Apesar dos seus progenitores terem-se separado quando tinha apenas 8 anos, Joana Latino afirmou ter vivido uma infância e adolescência felizes. A sua primeira grande perda foi o pai quando este foi assassinado. Tinha a jornalista 32 anos. O assunto já tinha sido evocado em algumas ocasiões pela própria, nomeadamente no Canal Q, em 2016, e, no seguinte, em entrevista ao programa conduzido por Daniel Oliveira, "Alta Definição".

A também comentadora do programa "Passadeira Vermelha", da SIC Caras, acabou também por abordar a perda da mãe, que morreu vítima de um cancro. "A minha mãe ajudou-me, ao longo dos três anos e meio em que ela esteve a morrer, a fazer o luto dela em vida. Ajudou-me a despedir dela, antes que ela fosse, de facto, embora. Fizemos tudo o que tínhamos a fazer. Falámos sobre tudo o que tínhamos a falar", disse.

A jornalista explicou ainda que foi importante para a sua progenitora viver os últimos meses de vida com alguma qualidade e tranquilidade. "A nossa medicina é muito obsecada com a cura e às vezes esquece-se que há doenças que não têm cura e há um momento em que é preciso parar. Não é desistir. É parar. Para quê fazer quiomioterapia a uma pessoa que já tem o seu quadro cancerígeno num ponto em que não há retrocesso, não há hipótese de sobreviver?", questionou, num apelo lançado à comunidade. "Foi o que a minha mãe me disse e pediu. Mais vale viver menos e melhor do que mais e pior", acrescentou.

 

"Ela sorria sempre que ouvia a minha voz", recordou Joana Latino

 

Na reta final da entrevista, Joana Latino evocou ainda a última vez que esteve com a progenitora antes da mesma partir. "A última vez que falei com a minha mãe, ela estava a sorrir", recordou a comunicadora. "Ela já estava inconsciente, mas reagiu sempre à minha voz até ao último momento. Ela sorria sempre que ouvia a minha voz", contextualizou. 

Quando à derradeira despida, a jornalista garantiu que foi encarada de forma natural "A minha família é prática e bem resolvida, porque nós conversámos muito sobre isso. A minha tia chegou lá [ao hospital] às 9h30/10h. A minha mãe despediu-se e deu o seu último suspiro (...) e a minha tia não me ligou logo a dizer 'tens de vir a correr porque a mãe morreu'. Ela pensou: 'vou deixar a Joana dormir mais um bocadinho que ela gosta de acordar tarde' e eu dormi mais um bocadinho. Não havia nada a fazer. Depois tratou-se de tudo tranquilamente e sem pressas". "A morte, para mim passou mesmo a ser uma coisa desassombrada", rematou. 

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