Rui Sinel de Cordes faz um denúncia e tece várias críticas à SIC devido à inadequada difusão de um programa da sua autoria, “Very Typical”, na plataforma de streaming da OPTO. Ainda, conta outro episódio que terá ocorrido há cerca de dois anos.
“Chegou ao meu conhecimento que a SIC lançou uma plataforma de streaming paga e nela incluiu o programa ‘Very Typical’, que fiz para a [SIC] Radical em 2015. Após consulta aos advogados da agência, percebemos que a SIC já não detém os direitos sobre esses conteúdos, com a agravante de os estar a lançar numa plataforma concorrente ao CordesFlix (que, já agora, foi anunciada quatro meses antes)”, começa por dizer o comediante, referindo-se ao projeto em que disponibiliza conteúdos da sua autoria, lançado no passado dia 25 de dezembro.
Rui Sinel de Cordes: “Não estou a falar de dinheiro, estou a falar de educação”
Rui Sinel de Cordes diz, depois, que confrontou a estação com este facto. “Alertámos a SIC para a situação e tudo o que queríamos era que retirassem ‘Very Typical’ do ar, o que já aconteceu. Não pretendia levar isto para tribunal – honestamente por falta de saco para burocracias parvas – mas não teria qualquer problema em fazê-lo“, constata.
“Acima de tudo, esta é para mim uma questão de decência e de respeito que devem nortear as relações nesta indústria, a mesma indústria que neste momento assume o formato de selva, em que as TVs julgam que são tarzans e nós apenas macaquitos”, aponta ainda o humorista.
Em jeito de crítica, o comediante indica ainda: “A verdade é que numa televisão que glorifica apresentadores de day time e atores de telenovela sobra pouco respeito por quem não se enquadra nessa lama.”
“Quando comuniquei o meu cachet, a resposta foi até falta de educação”
O comunicado continua com o relato de um caso que diz ter acontecido em 2019, “por altura dos Globos de Ouro”. “No meio das minhas férias, a SIC queria que eu tirasse um dia para ir gravar um sketch para uma entrega de prémios na qual não tenho qualquer interesse como espectador ou participante. Quando comuniquei o meu cachet de um dia de trabalho, a resposta foi de surpresa, estranheza e até falta de educação, indicando que nenhum dos outros nomeados tinha falado nisso”, alega.
“Talvez os humoristas no geral façam parte deste problema, talvez faça falta uma geração que se respeite mais, que valorize o seu trabalho e consiga fugir da labreguice de achar que meter a cara num ecrã de TV é cool e desiderato final que dispensa pagamento”, aponta o dedo.
Rui Sinel de Cordes finda o texto lembrando que “os únicos conteúdos exclusivos e originais” da sua autoria “estão e estarão apenas disponíveis em CordesFlix, que vai continuar de pé”. “Como eu”, remata.
Texto: Dúlio Silva; Fotos: reprodução redes sociais
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