Nacional
Nuno Gomes

«É muito sofrimento e muita dor», revela ao recordar os últimos dias de vida do pai

Ter, 26/02/2019 - 21:22

Nuno Gomes foi o convidado de Fátima Lopes do programa Conta-me como És e emocionou-se ao rever imagens do pai

Nuno Gomes foi protagonista de uma entrevista marcada pela emoção. O antigo jogador de futebol foi convidado por Fátima Lopes para uma conversa no programa Conta-me como És, emitido esta terça-feira, dia 26 de fevereiro, na TVI.

O ex-jogador do Benfica foi levado numa viagem no tempo e reviu imagens do jogo Portugal – Espanha, da final do Euro 2004, no qual marcou o golo da vitória. Imagens essas onde aparece o pai, Joaquim Ribeiro, a chorar de emoção na bancada. 

«Os meus pais gostavam de ir ver os jogos todos e este foi mais um em que os meus pais estavam na bancada a torcer por mim», começa por contar. 

«Quando fui a um torneio na Bélgica, tinha 15 anos, e os meus pais foram ver esse torneio. Foram de carro para a Bélgica. E ficou-me sempre na memória uma frase que o meu pai disse na altura. Ele disse à minha mãe: 'Já posso morrer'. Ou seja, ele viu-me a marcar um golo pela Seleção Nacional», recorda, emocionado. 

«Aquilo que senti naquele momento acho que nunca mais vou sentir na vida»

Falando de novo sobre as imagens que o deixaram com a emoção à flor da pele, Nuno Gomes confessa: 

«É engraçado terem apanhado o meu pai a chorar no golo contra Espanha. Foi importante para todos nós. Para mim foi dos golos mais importantes da minha carreira, aquilo que senti naquele momento acho que nunca mais vou sentir na vida».

Agora que é pai de Laura, de 19 anos, e Nuno, de oito, percebe o sentimento que o progenitor sentiu. «Eu percebo o meu pai, porque também tenho filhos. Sentir orgulho nos filhos é das melhores sensações.»

«Fico sempre com aquele amargo, faltou-me tempo para estar com o meu pai»

É nesta altura que Fátima Lopes fala sobre a morte de Joaquim Ribeiro, que perdeu a luta contra o cancro em 2010. 

Nuno responde: «Foi difícil aceitar, porque o meu pai não merecia ter ido tão cedo. O meu pai teve várias dificuldades quando era jovem. Ele era uma das pessoas mais inteligentes que eu conhecia e pouco estudou. Ele teve que desde cedo trabalhar».

«Eu gostava de ter o meu pai por perto. Eu sai cedo de casa e é sempre complicado… Fico sempre com aquele amargo, faltou-me tempo para estar com o meu pai», revela. 

«Dentro do possível, acompanhei-o [na doença]»

O antigo futebolista conta que sempre tentou estar presente durante o luta do pai, porém a profissão nem sempre o permitiu. 

«Eu estava a jogar no Benfica e, dentro do possível, acompanhei-o [na doença]. Muitas vezes eu ia para estágio ou ia para jogos e não estava tanto como o meu irmão. O meu irmão [Tiago Ribeiro] abdicou um pouco do futebol para se dedicar a tratar da doença do meu pai.»

«Infelizmente as pessoas que sofrem dessa doença têm uns dias muito complicados. Os tratamentos, algumas crises… É muito sofrimento e muita dor. Eu sempre que podia estava com ele, claro», explica. 

Por fim, Nuno falou sobre a mãe, Conceição Ribeiro. «A minha mãe é a mulher da minha vida. O meu pai ajudava tudo e todos, a minha mãe tem amigos e amigas que nunca mais acabam», finda. 

Texto: Redação WIN – Conteúdos Digitais; Fotos: Reuters 

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